segunda-feira, 5 de maio de 2008

A MELHOR VIAGEM DA MINHA VIDA - PARTE II

No dia seguinte conseguimos um guia para nos levar para a Lagoa Tropical, segundo os moradores de Atins, a mais bonita do local. Duas horas de caminhada para ir e duas para voltar. Dá para ir de Toyota fretada também. Optamos por ir à pé. Aqui uma dica... nunca aceitem a primeira oferta do guia. Eles exploram muito. O nosso queria cobrar R$ 85,00 de cada um. Pagamos R$ 45,00 cada, depois de muita "choradeira" de ambos lados. Durante a caminhada passamos por riachos, manguezais, restingas com muito cajueiro, alagados e dunas.



Como tem muito caju, fomos nos hidratando não só com água, mas com a fruta também. Apesar de ser um Parque Nacional, Lençóis Maranhenses não tem plano de manejo, ainda ocorre extrativismo e existe uma alta pressão imobiliária e de turismo descontralado no entorno da unidade de conservação. Quando subimos a última duna e demos de cara com a lagoa, não acreditávamos no que estávamos vendo. Daí o guia nos disse... "mas a Lagoa Tropical é mais bonita! É depois desse lago ainda!" Nessa primeira lagoa sem nome descemos rolando nas dunas, tomamos um banho delicioso. A temperatura de água é ótima, nem fria, nem quente. A água é doce, acumulada pelas chuvas. Não dá para imaginar o prazer que sentimos de estar em um lugar único no mundo. O vento movendo as dunas, o jogo de luz e sombra das nuvens passando por elas, a areia chicoteando as nossas pernas.


Ao nos depararmos com a Lagoa Tropical, entendemos o que o guia nos disse...

Tem uma espécie de tartaruga de cor amarela muito bonita, alguns anfíbios e peixes. Fui para um lado afastado e fiquei uma hora sozinha revendo o meu passado, pensando no presente e planejando o futuro. Conclusão: eu realmente sou abençoada pela vida!


O duro foi conseguir sair desse lugar. Mas depois de enrolarmos um monte e o guia ter quase um pirepaque porque demoramos a ir embora, conseguimos nos desapegar do local. À noite nos despedimos de Tia Rita, depois de comer peixe assado e beber pinga com caju. De madrugada partimos para Barreirinhas de Toyota. Essa viagem eu não faço nunca mais. São duas horas, em uma Toyota com a traseira cheia de tábuas, onde sentamos e nos penduramos em um apoio acima. Tava lotado e cheia de bagagem. Um acidente ali seria fatal. Portanto, voltem de barco. é a melhor opção. De Barreirinhas a São Luís fomos de carro fretado. É seguro e rápido.
Ainda deu tempo de passarmos a tarde em uma das praias de São Luís. Pegamos o avião acabados de cansado... afinal estávamos acordados praticamente 12 horas seguidas. Ainda fiquei no aeroporto de Recife 7 horas a espera da minha conexão. Mas valeu a pena, além de ter poltronas para dormir, eu vi o Willian Bonner sendo assediado pelas massagistas do aeroporto. Como pode ser lindo daquele tanto!


Enfim... minha viagem inesquecível não termina aqui. Um dia conto os quatro dias que passamos em São Luís e Alcântara.