segunda-feira, 31 de março de 2008

Morro de São Paulo ainda é um pedacinho do paraíso - nessa cidade todo mundo é de Oxum



Se você vier me perguntar por onde andei, no tempo em que você sonhava. De olhos abertos lhe direi, amigo eu me desesperava (Belchior).
Quando sentimos falta de alguém, também é bom recordar esse alguém por meio das viagens realizadas. Em 2007 fui para Morro de São Paulo, município de Cairu, na Bahia, duas vezes com meu amigo, meu irmão Heitor. Ele é músico de mão cheia, filho do Mestre Mosquito (outro músico de alta qualidade) e da doce Fátima (que tem uma voz belíssima) e irmão da minha querida caçulinha Carol. Desde que nos conhecemos ficamos inseparáveis, mas estamos passando um momento difícil e tivemos que nos afastar. Mas sinto muita falta dele. Ele tem apenas 23 aninhos. Conheci Heitor com dezenove aninhos... um bebê. Desde então nossa amizade se tornou única para mim, pois a diferença de idade entre nós dois (13 anos) nunca foi empecilho para sermos irmãos astrais, cuidarmos e amarmos um ao outro e eu ganhar uma família aqui em Aracaju. Quando fomos a primeira vez para Morro, foi convite de Ângela (grande pessoa), que iria encontrar Ricardo seu namorado (agora namorido) e queria companhias agradáveis. E conseguiu! Saímos cinco horas da manhã. Como o carro não tinha som, nosso MP3 era ao vivo: Heitor e seu violão. Seis horas depois chegamos a Morro de São Paulo, pela rodovia. Pegamos um barco em Ponta do Curral, que é mais perto a travessia, mais barata, inclusive o estacionamento. Não vale a pena ir por Valença. Lá, fomos para o camping da Dona América, uma opção mais barata (R$ 10,00 por pessoa e por dia), principalmente para quem gosta de acampar como eu. No Morro tudo é muito caro. Mas sabendo procurar, conseguimos gastar menos do que imaginávamos. Descobrimos uma galera muito louca de estrangeiros e turistas que estavam na rave Universo Paralelo, que dura sete dias entre natal e ano novo, em outra praia (Pratigi) perto. Como a festa tinha acabado, essa galera subiu para lá. Heitor, com seu repertório de MPB, enlouqueceu os estrangeiros na praia no pôr-do-sol. À noite fomos para a balada e correndo da chuva nos perdemos um do outro. Quando dei por mim estava com um gatinho de Santos, bebendo todas a roscas e amanhecendo aos beijos na beira-da-praia. No dia seguinte não consegui ir para a praia e Heitor curtiu comigo mesmo assim. À noite eu vi duendes no camping e todo mundo tirou onda comigo, no dia seguinte foi a vez da galera ver e acreditar em mim. Fomos embora pelo ferry boat (nunca façam isso em época de temporada; ficamos 3 horas esperando para embarcar, numa fila imensa).
A segunda vez, fomos na semana santa encontrar meus pais. Dessa vez Heitor foi disputado por duas baianas lindas, foi cômico. Ficamos na Pousada de Seu Antônio, a primeira da segunda praia. Ele faz um espagueti ao frutos do mar divino!
O turismo no Morro ainda não está controlado. Agora passa carros por lá, as construções são realizadas com pouca fiscalização e de forma desordenada, a exploração econômica é exorbitante. Os nativos foram afastados da vila principal e moram nas periferias do local. Os donos de restaurantes e pousadas em sua maioria, ou são estrangeiros ou vieram do eixo sul-sudeste e exploram a mão-de-obra barata dos nativos. Mas é um pedacinho de paraíso ainda!
Dicas: na terceira praia se come e bebe muito bem e menos caro. Na quarta praia, melhor opção para mergulho e tranquilidade; vale a caminhada até lá. Na segunda praia, melhor banho de mar e balada. Um passeio que vale a pena é até as ruínas da fortaleza... o pôr-do-sol é um dos mais lindos que já vi na vida. Nessa cidade todo mundo é de Oxum.... Presente na água doce, presente na água salgada e toda cidade brilha... A força que mora n'àgua não faz distinção de cor e toda cidade é de Oxum... Eu vou navegar nas ondas do mar eu vou navegar...




segunda-feira, 24 de março de 2008

Curtindo Sampa

São Paulo... metrópole... tem de tudo um pouco do mundo. Cheguei na quarta-feira (19/03). Direto do aeroporto para O Botequim reencontrar uma amizade de mais de quinze anos: Fábio Cesnik. Esse bar fica no Bairro Pompéia (que é muito lindo, com muitas ladeiras, sobrados antigos, árvores floridas e passarinhos cantando), na Rua Caraíbas. Meu irmão mora lá. Estilo boteco antigo, O Botequim tem uma cerveja geladíssima e bom atendimento. Ótimo para conversar com os amigos relembrando momentos maravilhosos, ou recebendo notícias tristes. No dia seguinte, compras no Largo do Cambuci, no bairro de mesmo nome. Não é uma 24 de março. Movimentado, mas nem tanto. Roupas, perfumarias, tudo de boa qualidade e muito barato. Basta ter disposição para procurar. No final da tarde, happy hour no Bar Veloso-Brasa Mora. São dois bares diferentes, do mesmo dono e com o mesmo estilo. Decorado com cartazes antigos, chopp geladésimo e a melhor porção de coxinha de Sampa. Destaque para as caipiroskas de jabuticaba e carambola com manjericão. Uma delícia! Depois fomos para um típico "pé sujo" beber cerveja gelada, mais barata, nos bares do Pão-de Açúcar da Pompéia, na Av. Alfonso Bovero. Vale a pena pedir a porção de polenta frita e o banheiro é limpo. No sábado, conheci a Catedral Ortodoxa (essa história vai a parte) e depois fomos para o Frangó na Freguesia do Ó, em frente a Catedral Nossa Senhora do Ó (dá para acreditar que existe essa santa!). Cervejaria que possui as cervejas mais famosas da Alemanha, Suécia, Holanda, Inglaterra e Brasil. Lógico que tudo muito caro. Dizem que é a melhor coxinha de São Paulo, mas prefiro a coxinha do Veloso-Brasa Mora. Em compensação o croquete de carne e a feijoada são maravilhosos. Experimentamos um chopp Eisenbahn de Blumenau, delicioso. À noite, balada no Clube Praga em Perdizes (me acabei nas músicas dos anos oitenta). Domingo de preguiça, nada melhor do que uma cantina italiana. Escolhemos a La Trattoria, cantina bem simples onde somos recebido por um senhor italiano e comemos uma massa muito bem preparada. Dica: spaguetti ao molho Valdarno (bolonhesa ao vinho e funghi), acompanhado de rocambole de carne. Divino! Todas as cervejas foram a velha e boa Original! Agora é voltar para as caminhadas na Praia da Costa para perder os quilinhos adquiridos com tanta bebedeira e comilança! Mas valeu a pena! É Sampa!

quarta-feira, 19 de março de 2008

FIM OU INÍCIO?

A VIDA É MAIS EFÊMERA DO QUE IMAGINAMOS... EM SÃO PAULO DESCOBRI QUE UM AMIGO QUE ME ENSINOU A VIVER MORREU... É A VIDA! POR ISSO NUNCA PERCAMOS TEMPO... DEVEMOS DIZER COM ATOS PARA AS PESSOAS QUE AMAMOS O QUANTO ELAS SÃO OU FORAM IMPORTANTES NA NOSSA VIDA... PARA O MARINHO EU NÃO PUDE DIZER! AS VIAGENS NEM SEMPRE NOS TRAZEM SURPRESAS BOAS...

terça-feira, 18 de março de 2008

Revendo amizade antiga, em momentos deliciosos


Ah! Rio de Janeiro! Não tem como descrever o Rio... só vivendo o dia-a-dia dessa cidade maravilhosa para sentir que ela é muito além das notícias de violência na TV! Cariocas são bonitos, alegres, intensos (como já dizia Adriana Calcanhoto)... adoram curtir o momento. Domingo passei o dia em Ipanema. De Icaraí, em Niterói, peguei uma van (a legalizada é com faixa azul e vermelha e mais segura) que vai direto para lá. O motorista deu uma de guia turístico... Uma figura! Aliás, os motoristas de vans e táxis no Rio de Janeiro são uma atração á parte. Todos têm uma história hilariante para contar. Não sei se dou sorte, mas os que conheci me trataram muito bem. Desci na Praça Osório onde acontecia a Feira Hippie de domingo. Cada coisa mais linda que a outra a bons preços. Destaque para os artistas plásticos que ficam no centro da praça e as tiazinhas das barracas que atendem muito bem. Quando meu amigo Gaio chegou fomos encontrar com a namorada dele e almoçar alí na praça mesmo. Depois fomos para um "pé sujo" (aqueles botecos baratos, com cerveja bem gelada e petiscos suspeitos), se chamava Zig Zag. Eu e Gaio somos amigos há mais de 15 anos. Eu morava em Goiânia, ele em Curitiba. Nos conhecemos no movimento estudantil dos caras-pintadas. Trocávamos carta estruturando o movimento de assessoria jurídica popular no Brasil e nos encontrávamos nos mais vários encontros de Direito pelo país. Isso mesmo, eu fiz direito antes de me formar em biologia (outra história). Quando saí de casa, fui morar na casa dele em Curitiba e mais dois amigos. Desde então, sempre nos chamávamos de irmãos. E é isso o que ele realmente é... meu irmão que amo muito e que não sairá da minha vida nunca. No "pé sujo" lógico que conhecemos personagens: um dono de pousada de Visconde de Mauá (só tem maluco beleza lá), um estilista drad lok que trabalha com material reciclado e um apicultor. Figuras! Voltei para Niterói à noite, mais feliz do que nunca, me sentindo amada pelos meus amigos. Realmente sou uma pessoa abençoada! Estou aguardando as fotos com Gaio!

sábado, 15 de março de 2008

Doce Deleite




Doce Deleite é uma comédia musical que mostra o universo teatral com muito humor, emoção, sutileza e elegância. Onze peças curtas, escritas pelo dramaturgo Alcione Araújo, são interpretadas pelos atores Camila Morgado e Reynaldo Gianecchini, sob a direção de Marília Pêra (O Fluminense, 13/03/2007).


Gente. é demais! Eu nunca tinha assistido a ensaios abertos de peças teatrais. O teatro da UFF é pequeno. Qualquer lugar que se senta se vê o espetáculo de pertinho. Atrasos não são perdoados (todas as peças de Marília Pêra são assim). Já começou com a Marília, com um papo bem descontraído contando que ela e Marco Nanini já encenaram a peça na década de 80. A trilha sonora foi criada especialmente pela sobrinha, Amora Pêra. A coreografia é orientada por ninguém menos que Ana Botafogo. Gianecchini e Camila estão fantásticos. Cantam, dançam e fazem piadas com eles mesmos. Camila divertidíssima e leve, tira onda sobre sua interpretação em Olga, cujo texto virou uma piada sobre a conversa de duas baratas. Já Giane realmente mostra que além de ser deliciosamente lindo, cresceu muito como ator pelo seu próprio esforço. Em uma das cenas (não dá nem para saber qual quadro é o melhor) ele intepreta a Dra. Mariângela, uma pênissicanalista que ensina a chupar um sorvete, chegando a se entalar com ele. Até os palavrões são ditos no tom certo, na hora certa, com leveza e classe. O cenário é simples e prático, a trilha sonora genial e o figurino feito sob medida para as trocas de roupa no palco, com Marília Pêra assistindo tudo do nosso ladinho. A estréia é em maio, mas foi muito bom ter o privilégio de assistir em primeira mão... Se aquilo era o ensaio... imagina a peça! Fiquem ligados!

Esquema carioca já no check in

Esse negócio de viajar de madrugada é complicado. Sempre tem um amigo ou amiga que quer te levar no aeroporto. Mas sempre tem que passar no boteco antes para "fazer hora". Daí eu acabo sempre viajando meio "molinha". Dessa vez foi engraçado porque, falante como eu estava, fui conversando com o carinha do check in. Eu uso passagens de funcionários da TAM, em algumas viagens que faço, que são cedidas pela minha grande amiga Lu, de Curitiba. É bem mais barata, mas a gente só embarca se tiver vaga no vôo. Quando está muito cheio, tenho que esperar todos os passageiros fazerem o check in, para ver se sobra uma vaga para mim. Dessa vez, conversa vai, conversa vem com o carinha da TAM, além de liberar minha passagem sem eu precisar esperar, era um gatinho, ia viajar para o Rio no dia seguinte e me deu seu telefone para eu procurá-lo para irmos para a Lapa. É mole! Como dizem aqui no Rio... E aê meuerrrrrrrrrrrrmão, vc vai ligarrrrrrrrrrrrrrr?

terça-feira, 11 de março de 2008

Cristo Redentor Invisível

Em novembro de 2006 fui ao Rio de Janeiro para o encontro da Rede Brasileira de Fundos Socioambientais Públicos como representante da sociedade civil do Fundo de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Aracaju, pela Sociedade Semear, ong que atuo desde 2003. Na primeira noite encontro etílico, regado a 21 chopps para cada, com minha grande amiga Vanessa, de Montes Claros, no Empório Bar em Ipanema. Descemos sem rumo por Ipanema procurando um bar. Andamos umas oito quadras até passarmos em frente a esse bar que tocava blues. Foi a deixa para pararmos. Começamos a rodada de chopp às 21:00 com muito blues, rock e mpb. Após ficarmos muito "amigas" de Jeff, um garçom punk, dispensarmos dois caras chatos, fazermos amizade com um italiano muito lindo, a chegada do Fábio marcando território e quase não conseguirmos pagar a conta por não ter condições de digitar a senha do cartão (o meu foi bloqueado por digitar a senha errada 3 vezes), saímos bem felizes às 04:00... eu andando sozinha até o hotel com o sapato de salto na mão, ela pegando táxi até Jacarepagua (lembra? segundo Jota Quest... Jacarepagua é longe pra caramba). Rendeu "amizade" com o taxista também!

O pior foi no dia seguinte, na confraternização do evento. Fomos subir o Cristo Redentor à noite. Chegando lá em cima era para se ter essa vista imaginada da foto acima. Porém, não conseguíamos ver nem o Cristo, quanto mais a vista. Ainda bem que eu já conhecia. Senão, acredito que sairia extremamente depressiva de lá. Ao invés disso, saí contando para todo mundo que estive no Cristo Redentor à noite, com muita neblina e que mal exergava quem estava ao meu lado! Quantas pessoas já passaram por esta situação em visita à cidade maravilhosa?

segunda-feira, 10 de março de 2008

Forrest Gump


Nasci em São Paulo, fui criada em Goiás, morei um ano em Niterói, nove anos em Curitiba e faz 5 anos que estou em Aracaju.
Sou viajante. Não turista, e sim viajante. Seja a trabalho, para visitar minha família e meus amigos ou para fugir da realidade.
Amo música. Reggae, black music, mpb, eletrônico, forró pé de serra, cantoria, regional e misturas de ritmos.
Sou contadora de histórias. Vira e mexe passo por situações inusitadas durante minhas viagens.
Juntando tudo e levando conta que Déa me chama de Forrest Gump cada vez que digo em uma roda de amigos que conheço o lugar que é mencionado na conversa, resolvi, com apoio da Loira, escrever meu blog de histórias e dicas de viagens. Não de turismo, mas de viagens físicas, mentais e astrais. Além disso, reviver momentos marcantes e compartilhar em tempo real o que vivo nas estradas me estimulou muito.
Então, boa viagem a todos!