sexta-feira, 22 de agosto de 2008

FICAR FICANDO EM LA VENEZUELA - PARTE I

Hoje li um comentário sobre meu blog vindo da Venezuela e lembrei que ano passado estive em Santa Helena, cidade da fronteira com Roraima. Mas essa viagem começou em Boa Vista, capital de Roraima. É incrível ver uma cidade tão bonita e organizada e ao mesmo tempo tão longe de tudo. Fora a jornada de avião: sai de Aracaju, escala em Salvador, conexão em Brasília, escala em Manaus e daí Boa Vista. Em Manaus quase tive um troço quando vi o Rio Amazonas do avião. Minha vontade era de descer por lá mesmo. Fui para Boa Vista para o último encontro do Curso de Capacitação em Fundos Socioambientais Públicos, com o FNMA, com minha linda parceira de viagem Suany e ao encontro da turminha do "ficar ficando": Van, Deia, Robson, Emerson, Fa e Nazaré. Na chegada fomos à festa junina da cidade no camarote da prefeitura. A festa de lá é no mesmo estilo da de Parintins, com o mesmo tipo de música. Só que em menor proporção. As músicas contam histórias do estado por meio das danças. Muito bonito de ver.


Pela cidade passa o Rio Branco que tem uma orla toda organizada com barzinhos e uma bela vista (sem trocadilhos) do rio - é a Orla Tauamanan. O ecossistema amazônico ao qual estamos acostumados, com grandes árvores e floresta não existe por lá. É um ambiente de transição entre floresta e cerrado com buritis imensos e região bem plana. Quarenta por cento da população é de maranhenses e o resto de imigrantes do sul do país. Os próprios moradores dizem que "a coisa mais difícil de encontrar em Boa Vista é alguém nascido em Boa Vista". É uma cidade com muitas oportunidades, salários bem pagos e emprego disponível pelo fato do isolamento territorial. E isso a gente sente no ar: isolado. Tem um centro de turismo muito bem cuidado. Nunca entrei em um banheiro público tão cheiroso. O centro histórico está localizado às margens do rio, onde está a primeira igreja e ao lado a Sede da Fazenda que deu origem à cidade.


O Monumento aos Pioneiros, construído em 1995 pelo artista plástico Luíz Canará, reproduz o perfil do Monte Roraima e conta sobre o período da história do antigo território, com os elementos étnicos que formam o povo roraimense, suas tradições e costumes locais. O Monumento aos Garimpeiros foi feito em homenagem ao grande período em que o garimpo movimentava a economia local, na década de 70 e 80. Durante a semana tivemos aulas todos os dias e escapávamos um pouco à noite. Os preços dos hotéis não são tão caros e não se gasta muito na balada também. Tivemos dificuldade com as comidas nos restaurantes, pois eram muito gordurosas e com pouca salada. Mas sempre achávamos cerveja gelada.

A galera do curso ficava impressionada com a gente - ficávamos bebendo e conversando até de madrugada, mas 08:00 em ponto estávamos no curso. Só fugimos um dia que não precisavam tanto da gente para ir ao mercado municipal, onde comprei pimentas e condimentos locais. Lá a gerente do mercado foi atrás da gente para oferecer uma tal "vacina do sapo" que é alucinógena e cura qualquer doença. Pense se essa galera não tem cara e jeito de maluco! No último dia fechamos acordo com a churrascaria que ficava do lado do hotel com telão tocando rock só pra a galera do curso. Eu e Van que organizamos o evento (só pra variar como dizia Raul!). No dia seguinte na despedida choramos juntos e fui para o aeroporto deixando a galera no boteco. Quando estava na fila de embarque me deu uns cinco minutos e fui no guichê da TAM e troquei minha passagem para a segunda-feira e voltei para o boteco. Robson me recebeu com a mão com um pouco de cerveja devolvendo minhas lágrimas. Daí começou a sessão "ficar ficando": Emerson adiou a pssagem logo que cheguei; Robson disse que se Van adiasse a passagem ele também adiaria, e foi o que aconteceu; Fa já tinha adiado a dele.

Resultado: DIA SEGUINTE EM LA VENEZUELA.

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